Estado de São Paulo registra aumento de casos de coqueluche em 2024
- CanalNBS
- 11 de dez. de 2024
- 3 min de leitura
De janeiro até 3 de dezembro deste ano, o estado registrou 1.096 casos e três óbitos por coqueluche

REDAÇÃO NBS
De janeiro até 3 de dezembro deste ano, o estado de São Paulo registrou 1.096 casos e três óbitos por coqueluche, um aumento alarmante em relação a 2023, quando foram confirmados apenas 54 casos e nenhuma morte. Em comparação com o último boletim de 2024, a quantidade de casos aumentou cerca de 26% em menos de um mês, já que até 11 de novembro o número era de 870 casos.
Na capital paulista, o número de casos de coqueluche também saltou. Em 2024, foram registrados 618 casos, o que representa um aumento de mais de 4.300% em relação ao ano passado, quando foram confirmados apenas 14 casos. Desde 2019, a cidade não havia registrado mortes por coqueluche.
Infelizmente, o aumento nos casos de coqueluche não é exclusivo do Brasil. Em vários países da Europa, Ásia e Oceania também há um crescimento da doença, o que preocupa as autoridades de saúde em todo o mundo. No Brasil, até 27 de novembro, foram confirmados 4.394 casos, um número 20 vezes superior ao registrado em 2023, quando foram notificados 214 casos.
O principal grupo afetado pela coqueluche são as crianças, especialmente as com menos de 6 meses, que enfrentam os maiores riscos de complicações graves e óbitos, especialmente quando não completaram o esquema vacinal.
De acordo com o infectologista Thiago Morbi, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o surto global pode ser atribuído à baixa adesão à vacinação nos últimos anos.
"Especificamente no Brasil, nós vemos que a taxa de adesão vacinal estava muito baixa nos anos anteriores. Em 2018 e 2021, girava em torno de 70%. Valendo lembrar que o ideal, que a gente considera efetivo para conseguir quebrar a cadeia de transmissão da doença, é uma taxa de vacinação acima de 95%", afirma.
A importância da vacinação
A vacinação é a forma mais eficaz de prevenção contra a coqueluche. No Brasil, a principal vacina usada é a pentavalente, disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). Até setembro de 2024, o estado de São Paulo alcançou uma cobertura de 86,1%, enquanto na capital paulista o índice é de 93,85%.
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo orienta pais e responsáveis a levarem as crianças às Unidades Básicas de Saúde (UBS) para atualizar a caderneta de vacinação. Nessas consultas, o histórico vacinal pode ser acessado, facilitando a aplicação de vacinas que estejam em atraso.
A pentavalente é aplicada em três doses para crianças menores de 1 ano, aos 2, 4 e 6 meses de idade, com reforço aos 15 meses e um segundo reforço aos 4 anos, com a tríplice bacteriana (DTP), que protege contra difteria, tétano e coqueluche. Para gestantes, a vacina tipo adulto (dTpa) deve ser aplicada a partir da 20ª semana de gestação, em cada gravidez.
Se a criança não foi vacinada nas idades recomendadas, pode receber a vacina até os 7 anos. Desde 2012, a pentavalente substitui a tetravalente, que não protegia contra a Hepatite B.
O que é a coqueluche?
A coqueluche é uma doença respiratória causada pela bactéria Bordetella pertussis. Sua transmissão ocorre principalmente por meio de gotículas expelidas ao tossir, espirrar ou até falar, especialmente em pessoas não vacinadas. Em casos raros, pode haver contágio através de objetos contaminados com secreções de doentes.
A doença é caracterizada por uma tosse seca intensa, que pode comprometer a traqueia e os brônquios, acompanhada de febre, coriza e mal-estar. Crianças com menos de 6 meses são as mais vulneráveis, enfrentando riscos elevados de complicações respiratórias graves e até óbitos.
O período de incubação da coqueluche varia de 4 a 21 dias, com os sintomas começando a aparecer entre 5 e 10 dias após a infecção. Embora a transmissão externa do bacilo seja pouco comum, ela ainda pode ocorrer em condições específicas.
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